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Como os Judeus festejam a Páscoa

09 abr

pessach

Os judeus comemoram a Páscoa com um duplo sentido, religioso e político, celebrando a libertação da escravidão no Egito e ao mesmo tempo o nascimento da nação israelita enquanto entidade soberana.

Por isso, é «muito raro os judeus, mesmo os menos devotos, não comemorarem a Páscoa», dada a vertente política, referiu à Lusa Eliezer di Martino, rabino da comunidade judaica de Lisboa.

Ponto principal do calendário religioso judaico, a Páscoa celebra-se no mês do calendário judaico de Nissan, que normalmente corresponde ao início da Primavera, festividade que se inicia na primeira lua cheia após o equinócio da Primavera e se prolonga por sete dias em Israel e por oito dias nas comunidades judaicas fora de Israel (diáspora).

«O calendário judaico segue o calendário lunar. Por isso, quando a lua cheia surge em Israel o mesmo não acontece em outros locais. Resolveu-se o problema acrescentando um dia aos festejos na diáspora, de modo a garantir que sejam em simultâneo com os festejos em Israel», explicou.

Judeus e cristãos quase festejam ao mesmo tempo

Raramente coincide com a Páscoa cristã, que se comemora no primeiro domingo de lua cheia depois do equinócio de Primavera, mas este ano são quase simultâneas: os judeus iniciam a Páscoa na quarta-feira, os cristãos celebram-na quatro dias depois.

A Páscoa (Pessach) é a recordação da saída dos filhos de Israel do Egipto, tal como está relatada no Livro do Êxodo, na Bíblia, incluindo as dez pragas lançadas por Deus sobre os egípcios para os obrigar a libertar os israelitas.

Para além deste sentido de libertação, significa também a celebração do nascimento do povo judaico como tal. «Até à saída do Egito os israelitas eram uma entidade tribal, familiar, dos filhos de Jacob, que viviam juntos, partilhavam costumes, tradições e projectos, com a novidade, para a época, de acreditarem num Deus único», referiu.

O Faraó só deixou os israelitas sair após 10 pragas, a décima das quais foi a exterminação dos primogénitos. Os judeus foram poupados porque, de acordo com as instruções de Deus a Moisés, assinalaram as suas portas com o sangue de um cordeiro imolado.

Daí o termo Pessach (passagem), que assinala a passagem do anjo da morte sobre todas as casas no Egito, poupando as dos judeus. Ao longo da Páscoa judaica não se come nada que seja levedado a partir dos cinco cereais típicos da alimentação judaica: trigo, cevada, aveia, centeio e espelta (trigo vermelho).

Nesses dias come-se pão ázimo, feito com a mistura de água e farinha e sem levedar. Com isto, os judeus recordam que os seus antepassados, na fuga do Egipto, não tiveram tempo para deixar levedar a massa do pão, comendo o pão não fermentado.

Sendo a Páscoa um período de purificação espiritual, os judeus aproveitam para fazer uma limpeza nas suas casas, eliminando todos os produtos fermentados e queimando o lixo.

O ponto alto da festa da Páscoa é na véspera do 1º dia (2º dia na diáspora): faz-se a ceia da Páscoa judaica (Seder), refeição com todas as gerações de cada família e durante a qual se cumpre a obrigação de transmitir aos mais jovens os acontecimentos que levaram à saída do Egito.

O ritual inclui leituras da Bíblia e a representação teatral e musical da fuga do Egipto.

Neste período há três alimentos principais para os judeus: o pão ázimo, as ervas amargas (para lembrar a amargura da escravidão) e o cordeiro, para simbolizar o sacrifício.

Na 1ª noite também se come uma massa especial, uma mistura de mel e nozes moídas (que pode variar de comunidade para comunidade) e que pretende simbolizar a mistura para fazer tijolos, a principal ocupação dos israelitas no tempo de escravidão.

 
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Publicado por em abril 9, 2009 em Uncategorized

 

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